O próximo ano será forte em investimentos em Robotic Process Automation, de acordo com a Forbes. Contudo, questiona a consultora e especialista em desmaterialização de processos bwd, será que as empresas estão preparadas para implementar esta tecnologia?
A Robotic Process Automation (RPA) é uma tecnologia inovadora que permite executar atividades rotineiras, normalmente realizadas por humanos, de uma forma automática, simples e flexível, permitindo tornar as organizações mais eficazes.
«Na bwd costumamos dizer que a RPA tira o robô do ser humano», explica, num artigo publicado na revista Start & Go, Adriano Ribeiro, executive partner da bwd, que representa em Portugal a solução Kapow, recentemente adquirida pela empresa americana Kofax. «Num processo de Back-Office, o colaborador humano “normal” tem um número elevado de tarefas repetitivas, rotineiras, que são tristes e desinteressantes. Em função disso, esta nova onda de automação, via utilização de RPA, está a ser impulsionada pelas mesmas razões que trouxeram, em primeiro lugar, a robótica e automação para o local de trabalho: libertar os trabalhadores humanos de tarefas sujas, chatas ou perigosas; melhorar a qualidade, eliminar erros e reduzir a variabilidade dos resultados. E ainda, claro, reduzir os custos», aponta.
A tecnologia RPA pode executar tarefas como o processamento de devoluções no comércio eletrónico, gestão de workflows, nomeadamente atribuição de turnos ou gestão de mapas de pagamento e licenças de colaboradores, gestão de apoio ao cliente, gestão de ERP, análise do comportamento do consumidor, planeamento da oferta e da procura e logística. «A recolha e tratamento de dados estão entre as funcionalidades imediatas do RPA, no entanto, as tarefas de análise e processamento inteligente são ilimitadas», assegura Adriano Ribeiro.
Estas capacidades deverão levar a um aumento da adoção da tecnologia RPA – o mercado deverá valer 4,3 mil milhões de dólares em 2022, em comparação com os 1,7 mil milhões de dólares em que estava avaliado em 2018. Segundo um artigo da Forbes, publicado este mês, entre as 10 principais tendências de transformação digital para 2020 está uma «renovada energia» para a RPA.
«A Robotic Process Automation não é nova e é considerada por muitos como a fruta mais fácil de apanhar na árvore da inteligência artificial, mas é, contudo, um tópico muito quente em todas as conferências da indústria e de tecnologia a que assisti nos últimos oito meses», afirma o autor do artigo, Daniel Newman. «Acredito que 2020 será um ano muito forte para investimentos em RPA», sublinha, acrescentando ainda que «empresas como a Cisco estão já a usar RPA para ajudar a criar espaço de manobra para melhorar e aumentar o valor da sua atual força de trabalho e esse modelo vai certamente transformar-se rapidamente numa fórmula vencedora».
Investimento reduzido
De acordo com a bwd, a implementação de RPA implica um investimento reduzido, embora seja variável de situação para situação. «O seu retorno é sempre inferior a um ano», revela o executive partner da bwd, que garante que «a implementação de soluções RPA é, de facto, simples, permitido a obtenção de resultados muito rápidos».
A tecnologia tem ainda a vantagem de ser facilmente integrada com «qualquer arquitetura de sistemas legacy ou não legacy» e, pelo seu carácter de automação, traz diversas vantagens. É «uma oportunidade significativa para melhorias no desempenho e na eficiência global das organizações», destaca Adriano Ribeiro, que refere, como exemplos, a redução de riscos de malware e outras ameaças, melhorias de produtividade e aumento da flexibilidade da organização, maior compliance e maior qualidade na informação disponível.
«As evidências sugerem que as soluções de Inteligência Artificial como a RPA entregam um valor real aos negócios e podem ser uma força poderosa para a disrupção», indica o executive partner da bwd. «Os primeiros a adotar soluções de IA e que combinam forte capacidade digital resultante com estratégias pró-ativas têm maiores margens de lucro e destacam-se em termos de desempenho das outras empresas», adianta Adriano Ribeiro, que realça que «as empresas não podem mesmo atrasar o início da sua jornada digital, incluindo IA. Os primeiros a adotar criarão grandes vantagens competitivas».
O tema da inteligência artificial estará em debate na primeira IT Peers Summit, que será dedicada ao tema “A Inteligência Artificial na gestão de TI”. O evento, organizado pela IT Peers com o apoio da bwd, realiza-se no dia 26 de setembro no Hotel Sheraton, no Porto, e pretende «desmistificar ideias pré-concebidas e discutir até onde pode ir o contributo da Inteligência Artificial na gestão de TI». A participação é gratuita mas está sujeita a inscriçãoobrigatória.